quarta-feira, outubro 18, 2006

CANÇÃO PARA A NOITE

A noite é uma mãe
lírica e trágica
como a dança do ventre
na sua gravidez mágica
e suas mãos de tédio.

Aí, nesta noite minha angústia,
meu silêncio, meu segredo,
arrebentam as velas pálidas
que circundam esta prisão e,
na aspereza dos meus versos,
procuram o teu pescoço
para um pacto de vida.

A noite é uma mãe
grave e trágica,
traz presa nas presas agudas
a fatalidade do gênesis
e sofre dores sem parir
o sol de outro amanhã.

A noite é uma mãe
lírica e trágica...aí, minha angústia
procura o teu pescoço
para um pacto de vida!


Rosemberg Cariri

sábado, agosto 05, 2006

A Dançarina






A Dançarina

"Um dia, veio à corte do Príncipe de Birkasha, uma dançarina e seus músicos. ...e ela foi aceita na corte...e ela dançou a música da flauta, da cítara e do alaúde.

Ela dançou a dança das chamas e do fogo, a dança das espadas e das lanças; e ela dançou a dança das flores ao vento.

Ao terminar, virou-se para o príncipe e fez uma reverência. Ele então, pediu-lhe que viesse mais perto e perguntou-lhe: 'Linda mulher, filha da graça e do encantamento, de onde vem tua arte e como é que comandas todos os elementos em seus ritmos e versos?'

A dançarina aproximou-se, e curvando-se diante do príncipe disse: 'Majestade, respostas eu não tenho às vossas perguntas. Somente isso eu sei: a alma do filósofo vive em sua cabeça, a alma do poeta vive em seu coração, a alma do cantor vive em sua garganta, mas a alma da dançarina habita em todo o seu corpo.'"

Extraído do livro "O Viajante" de Khalil Gibran
Tradução: C.Offner

Jardim Secreto

Aquelas coisas ... sem explicacao...




Hoje basta a poesia
pois eu sei que algum dia
em certo jardim secreto
mostrarei a cada neto
não nascido, as terras
que não possuí e as guerras vis
de que não participei
e tudo aquilo que não fiz
(nem farei).

E sentiremos o vento...
e celebraremos o silêncio...
até que o sorriso final
se desfaça em noite
restando apenas
o aceno das árvores.

(Fabio Rocha)

segunda-feira, julho 24, 2006

Hinduísmo: Índia, Terra da Espiritualidade



Cada vez mais pessoas visitam a Índia atrás de crescimento espiritual e da busca interior

Poucos lugares do mundo oferecem tantas opções para o crescimento espiritual e a busca interior como a Índia, um país cujas pessoas aceitam a presença do divino em todas as coisas e no qual, sob as milenares tradições hinduístas e budistas, surgiram dezenas de gurus e líderes espirituais.

Além dos impressionantes palácios dos antigos marajás do Rajastão, das paisagens do Himalaia, das paradisíacas praias do Sul e da arquitetura mongol espalhada por todo o país, a Índia oferece aos turistas cursos de ioga, meditação, tantra, massagem, medicina holística e outros tratamentos para o corpo e a mente.

Em todo o território pode ser encontrada uma grande quantidade de ashram (centros espirituais). Alguns deles são dirigidos por um guru e visitados por seus seguidores. Outros são simplesmente destinados à prática de ioga ou meditação, nos quais turistas estrangeiros podem passar o verão de uma forma diferente.

Em muitos desses lugares, é preciso seguir uma rígida disciplina no que se refere ao barulho, às roupas, à hora de acordar e dormir e às refeições, quase todas elas estritamente vegetarianas.
Meditação

Um dos mais conhecidos é o Centro de Meditação de Osho que oferece, entre outros, cursos de meditação, tratamentos com base na hipnose e um programa em que a pessoa passa 21 dias isolada e em silêncio. Outro dos mais visitados pelos ocidentais é o Centro Sivananda Ioga Vedanta, que oferece diversos pacotes, como o Férias com Ioga, com meditação, cantos de devoção, conferências de filosofia e assessoria em saúde. Também há o Programa de Ayurveda e Jejum, no qual, durante duas semanas, a pessoa só toma sucos, recebe as tradicionais massagens com óleo e se submete a ritos de purificação.

Lugares como Haridwar e Rishikesh, no Norte da Índia - este último conhecido pela visita dos Beatles - , atraem a cada ano milhares de ocidentais que buscam aprofundar os conhecimentos de ioga e um pouco de paz. Nestas cidades sagradas, não é permitida a venda de álcool.

Às margens do Rio Ganges, que fica mais forte nos meses de verão devido à água das chuvas de monção e ao degelo do Himalaia, ficam dezenas de templos, ashrams e shadus (homens sagrados) vestidos com roupas laranjas ou brancas. Com eles, os ocidentais tentam aprender o que não podem em seus países.

Fonte: ClicRBS

Sarasvati



Sarasvati é a divindade hindu responsável pela proteção daqueles que lidam com a arte e o conhecimento. É a deusa de todas as artes: música, pintura, escultura, dança e escrita, e sua origem remonta aos Vedas. Ela é representada como uma jovem de tez clara tocando cítara - um típico instrumento musical hindu de cordas. Em sua representação está presente, muitas vezes, uma flor de lótus branca. É a deusa da eloqüencia, e as palavras fluem a partir dela como uma rio florido e doce. Um mito desta divindade é que ela é rival da deusa da força, Lashmi. Sarasvati é conhecida por ser extremamente benevolente e gentil com os pedidos de seus seguidores, e por este motivo é conhecida como realizadora de desejos.

Nos Vedas, seu nome é o mesmo do extinto rio Sarasvati, uma das mais ancestrais relações da mitologia indiana. Em um sentido simbólico ela sugere a sacralidade inerente nos rios ou na água em geral. Ela é conhecida por sua generosidade, fertilidade e riquezas. Suas águas fertilizam a terra, para que essa possa produzir. Sarasvati representa pureza, como a água: principalmente água corrente. As margens do rio eram sagradas também para finalidades rituais.

Kali



No texto em que descrevo a história de Parvati, eu explico a transformação da mesma em outras divindades, incluindo-se Kali.

Kali é a forma agressiva e tempestuosa de Parvati. Seu aparecimento é um mecanismo de defesa para uma situação extremamente difícil, que exige uma personalidade sanguinária para sua resolução.

Pode-se dizer que Kali é a deusa ideal para contrabalancear situações difíceis, períodos de transição abrupta, eras catastróficas e de crise espiritual e material. Sua representação reflete esse espírito cataclísmico: sangue, caveiras e uma expressão demoníaca.

Kali está presente em nossa era, a Kaliyuga (era de Kali), por ser um período de conflito, incerteza espiritual, desastres e descrenças.

Radha e Krishna




Radha foi amiga de infância e cônjuge de alma de Krishna e os dois foram inseparáveis como namorados e mais tarde, como amantes. Esse foi um amor escondido da sociedade, e deu a Radha o status de uma mulher casada. Eles tiveram seus momentos de amor, paixão e ódio - como qualquer casal de amantes. Krishna teve que deixar Vrindavan com Radha, para assegurar que os ideais de verdade e justiça fossem estabelecidos, mas no processo tiveram que deixar o ideal do amor pessoal. Ele tornou-se um rei, destruiu inúmeros inimigos e casou mesmo várias vezes. E ainda assim Radha permaneceu esperando por ele até ele voltar para ela. Seu amor por Krishna é considerado tão divino e puro que Radha por si só obteve o status de divindade, com seu nome sendo inseparavelmente ligado ao de Krishna. A maior parte das imagens de Krishna são consideradas completas quando Radha aparece ao seu lado.

A palavra Radha significa "a maior adoradora de Krishna". Nenhuma outra gopi em Vrindavana tem nome tão significativo quanto Radha. É claro, todas as gopis de Braja amam e dão prazer a Krishna. De qualquer forma, comparada com o oceano de amor de Radha por Krishna, as outras gopis são meros rios, piscinas e baldes. Assim como o oceano é a fonte original de toda a água encontrada nos lagos e rios, similarmente o amor encontrado nas gopis, e todos os outros devotos têm em sua origem Radha sozinha. Desde que o amor de Radha é o maior, ela dá o maior prazer para Krishna. Em Vrindavana, as pessoas são acostumadas a cantar o nome de Radha mais do que o nome de Krishna.

Radha é a alma; Krishna é o Deus. Krishna é o shaktiman - possessor da energia - e Radha é Sua shakti - energia. Ela é a a parte feminina da cabeça do Deus. Ela é a personificação da maior amor por Deus, e por sua mercê, a alma está conectada com o serviço e amor a Krishna.

Parvati




Parvati é uma divindade largamente idolatrada pelos hindus. É conhecida como cônjuge de Shiva e mãe de Ganesha. Por este motivo, aqui explicamos seu aparecimento e sua interação com eles.

Parvati é uma das formas da deusa Shakti, especialmente criada para seduzir Shiva.
Veja abaixo a história detalhada da criação de Parvati, desde o momento em que Shiva perdeu seu primeiro amor:

Profundamente triste com a morte do primeiro amor de Shiva (Sati), ele se isolou em uma caverna escura no Himalaia.

Enquanto isso, os demônios liderados por Taraka, vieram e expulsaram os deuses para fora do paraíso. Os deuses precisavam de um guerreiro que pudesse ajudá-los a restaurar a ordem celestial.

"Apenas Shiva pode lutar como um guerreiro" disse Brahma.

Mas Shiva, imerso na meditação, estava alheio aos problemas dos deuses. Sua meditação produziu grande força e energia. Sua mente estava cheia de bons conhecimentos e seu corpo tornou-se resplandecente de energia. Mas todo seu conhecimento e energia, dentro de seu ser, não podia ser usado para ninguém.

Os deuses invocaram à deusa mãe, Shakti, para que encontrasse uma forma de contornar a situação.

"Eu vou me enroscar ao redor de Shiva, e absorver seu conhecimento e energia para o bem do mundo e farei dele o pai de uma criança." disse Shakti.

Shakti então encarnou como Parvati, determinada a retirar Shiva de dentro de sua caverna e fazer dele seu cônjuge.

Todos os dias Parvati visitou a caverna de Shiva, limpou o chão, decorou-a com flores e ofereceu a ele frutas, esperando ganhar dele o amor.

Mas Shiva nunca abriu seus olhos. Exausta, a deusa invocou Priti e Rati, deusas do amor e da longevidade.

Essas deusas entraram na caverna de Shiva e a transformaram em um belo jardim cheio da fragrância de flores e com o som de abelhas.

Guiada por Priti e Rati, Kama, o deus do desejo, assoprou e atirou flexas de desejo no coração de Shiva.

Shiva ficou furoso. Ele abriu seu terceiro olho e liberou chamas de fúria que engoliram Kama e reduziram seu belo corpo a cinzas.

A morte de Kama alarmou os deuses. "Sem a deusa do desejo, o homem não poderá abraçar a mulher e a vida cessará."

"Eu devo encontrar outra forma de atingir o coração de Shiva. Quando Shiva se tornar meu cônjuge, Kama renascerá." disse Parvati.

Parvati entrou na floresta e executou rigorosos tapas, não se vestindo para proteger seu corpo do clima rigoroso, não comendo nada, nem mesmo uma folha. Ao executar esses rigorosos procedimentos, Parvati ganhou a admiração das entidades da floresta, que a nomearam Aparna.

Aparna tocou Shiva em sua capacidade de se excluir do mundo e dominar seus desejos físicos. A força de seus tapas acordaram Shiva de sua meditação. Ele caminhou para fora da caverna e aceitou Parvati como sua esposa.

Shiva casou-se com Parvati na presença dos deuses, seguindo os rituais sagrados. Depois, levou-a para o local mais alto do cosmos, o monte Kailasa, o pivô do universo. Eles então se tornaram um e Kama pôde renascer.

Parvati amoleceu o coração empedrado de Shiva com seu afeto. Juntos eles descobriram as alegrias da vida de casados. A deusa acordou Shiva para o mundo, despertando nele vários desejos. Em troca, ele revelou a ela os segredos dos Tantras e dos Vedas, que ele havia adquirido durante a meditação.

Inspirado na beleza de Parvati, Shiva tornou-se o fomentador das artes, da dança e do teatro.

Conforme o combinado com os deuses, Parvati deu a aura de Shiva para eles e disse: "Daqui vocês vão poder retirar o deus da guerra que vocês procuram."

Os deuses deram a aura de Shiva para Svaha, cônjuge de Agni, a deusa do fogo. Incapaz de conservar a força da aura por muito tempo, Svaha deu a aura para Ganga, a deusa do rio, que refrigerou-a em suas águas congelantes, até que a aura de Shiva se transformasse em uma semente.

Aranyani, a deusa da floresta, embebeu a semente divina no solo fértil da floresta, que cresceu e se transformou em uma criança robusta com seis cabeças e doze braços.

As seis ninfas da floresta, chamadas Krittikas, encontraram esta bela criança em uma lotus. Tomadas de afeição materna, começaram a cuidar da criança. O filho de seis cabeças de Shiva, nascido de várias mães, tornou-se conhecido como Kartikeya.

Parvati ensinou a Kartikeya a arte da guerra e transformou-o em um guerreiro celestial chamado Skanda. Skanda comandou os soldados celestiais, derrotou Taraka na batalha e restaurou o paraíso aos deuses.

Skanda, guardiã do paraíso, destruiu muitos demônios que se opuseram ao reinado dos deuses. Mas ele não conseguiu derrotar o demônio Raktabija. Jamais o sangue deste demônio tocou o chão, pois quando ele jorrava, tranformava-se em milhares de novos demônios. Ele parecia indestrutível.

Para ajudar seu filho em sua batalha para afugentar os três mundos do demônio, Parvati entrou no campo cósmico da batalha como a temida deusa Kali.

Kali sugou o sangue que jorrava do demônio com sua longa língua antes que o sangue pudesse se transformar em novos demônios. Raktabija, sem poder se reproduzir, foi perdendo sua força. Então Skanda foi capaz de derrotar Rajtabija e todas as duas replicações com facilidade.

Skanda agradeceu sua mãe por sua ajuda. Para celebrar sua vitória, Kali dançou muito no campo de batalha.

Intoxicada pelo sangue de Raktabija, Kali correu pelos três mundos, destruindo tudo e todos os que estavam em seu caminho.

Para acalmá-la, Shiva tomou a forma de um cadáver e bloqueou seu caminho. Como deusa, cega pelo sangue, ver o corpo de seu cônjuge sem vida foi um choque que tirou-a do êxtase. Ela caiu em si e quis saber se havia matado seu próprio marido. Ela pôs um pé em Shiva e o trouxe de volta à vida.

Shiva então tomou a forma de uma pequena criança e começou a chorar, trazendo o amor maternal para o coração de Kali. Isso forçou-a a mudar para sua próxima forma: Gauri, a mãe radiante, provedora da vida.

Gauri disse a Shiva que desejava ter uma criança. Mas Shiva não estava interessado em uma família. Ele se afastou dela e foi à floresta fazer tapas.

Determinada a ser uma mãe, Parvati decidiu criar um filho dela própria sem a ajuda de seu marido. Ela cobriu sua face com pasta de sândalo, retirou a pele morta, misturou-a e moldou-a em uma bela boneca, para a qual ela assoprou a vida.

Então ela ordenou ao seu filho recém criado, cujo nome é Ganesha, que vigiasse sua caverna e dela afastasse todos os estranhos.

Quando Shiva retornou para Kailas, Ganesha não o reconheceu e o impediu de entrar na caverna.

Irritado pela insolência da criança, Shiva pegou seu tridente e cortou sua cabeça.

Quanto Parvati viu o corpo de seu filho sem cabeça, ela chorou copiosamente. Para acalmar Parvati, Shiva ressucitou a criança, colocando uma cabeça de elefante no pescoço cortado. Shiva também aceitou Ganesha como o primeiro de seus filhos.

Ganesha, que impediu Shiva de atravessar a porta de da caverna de sua mãe, tornou-se adorado como o removedor de obstáculos, o senhor dos inícios e o senhor do aprendizado.

Com Parvati de seu lado, Shiva tornou-se um homem de família. Mas ele não abandonou sua forma de heremita: ele continou a meditar e imergir em sonhos. Sua falta de cuidado, sua recusa de responsabilidades algumas vezes irritou Parvati. Mas então ela voltava a si, conformava-se com os caminhos não convencionais de seu marido e restaurava a paz. A conseqüente paz matrimonial entre Parvati e Shiva assegurou a harmonia entre matéria e espírito e trouxe estabilidade e paz para o cosmos.

Parvati também se tornou Ambika, deusa da segurança de casa, do matrimônio, da maternidade e da família.

Lashmi




Lashmi é a deusa da saúde e prosperidade, tanto material quanto espiritual. A palavra LASHMI é derivada da palavra em sânscrito laksme, significando acerto. Dessa forma, Lashmi representa o acerto da vida, que inclui a prosperidade espiritual. Na mitologia hindu, a deusa Lashmi, também chamada Shri, é a esposa divina do deus Vishnu e fornece a ele a força para a manutenção e preservação da criação.

Em suas imagens e gravuras, Lashmi é mostrada com quatro braços e quatro mãos. Ela veste roupas vermelhas com bordados dourados e repousa em uma lótus. Ela tem moedas douradas e duas flores de lótus em suas mãos. Dois elefantes (algumas gravuras mostram quatro) são mostrados próximos à deusa. Este simbolismo segue o seguinte tema espiritual:

Os quatro braços representam as quatro direções no espaço e isto simboliza a onipresença e a onipotência da deusa.

A cor vermelha simboliza atividade. Sua aplicação na vestimenta indica que Lashmi está sempre ocupada distribuindo saúde e prosperidade para seus devotos.

O bordado dourado em seu vestido vermelho denota prosperidade.

A flor de lótus significa que enquanto vivendo neste mundo, deve-se desfrutar de sua saúde e força, mas sem se tornar obcecado por isso. Este ensinamento é análogo à lótus, que cresce na água mas não é molhada pela água.

As quatro mãos simbolizam os quatro fins da vida humana: dharma (caminho correto), kama (desejos genuínos), artha (força e saúde), e moska (liberação do ciclo de nascimentos e mortes). As mãos da frente representam a atividades no mundo físico e as mãos de trás indicam as atividades espirituais para alcançar a perfeição espiritual.

Desde que o lado direito do corpo simboliza atividade, uma lótus na mão do lado direito de trás indica que deve-se fazer todas as atividades no mundo em acordo com o dharma. Isto conduz a alma ao moska (liberação), que é simbolizado por uma lótus na mão da esquerda de trás de Lashmi.

As moedas douradas caindo no chão vindas da mão esquerda da frente de Lashmi ilustram que ela provê saúde e prosperidade para seus devotos.

Sua mão da direita da frente é mostrada abençoando seus devotos.

Os dois elefantes próximos à deusa simbolizam o nome e fama associados com a força material. A idéia mostrada aqui é que os devotos não devem adquirir força apenas para ter nome e fama ou apenas para satisfazer seus desejos materiais, mas deve compartilhar isso com outros de forma a trazer alegria aos outros além de si mesmo.

Algumas figuras mostram quatro elefantes borrifando água de vales dourados até a deusa Lashmi. Os quatro elefantes nesta situação simbolizam o contínuo esforço próprio de acordo com o próprio dharma e governado pela pureza, em busca da prosperidade material e espiritual.

A deusa Lashmi é adorada freqüentemente em templos próprios de seus devotos. Uma adoração especial é oferecida a ela anualmente no dia de Diwali, com rituais religiosos e coloridas cerimônias especialmente destinadas a ela.

Durga




A deusa Durga representa a força do ser supremo que preserva a ordem moral e a correção da criação. A palavra sânscrita durga significa a força ou o lugar protegido, difícil de ser alcançado.

Durga, também chamada de divina mãe, protege da ação dos demônios e da miséria. Ela destrói as forças do mal como inveja, ira e orgulho.

Sua adoração é muito popular entre os hindus. Ela é chamada de muitos outros nomes, como Parvati, Ambika e Kali. Na forma de Parvati, ela é conhecida como a divina esposa do deus Shiva e a mãe de seus filhos, Ganesha e Karttikeya.

Para conhecer mais sobre Durga sob a forma de Parvati e seu relacionamento com Shiva, acesse a história de Parvati.
Simbolismos associados à figura de Durga:

Durga veste roupas vermelhas. A cor vermelha simboliza ação. Sua aplicação na vestimenta indica que Durga está sempre ocupada destruindo o mal e protegendo da dor e sofrimento.

O tigre simboliza a força ilimitada. Durga montando um tigre indica sua força ilimitada, seu poder de proteção da virtude e destruição do mal.

Os dezoito braços de Durga significam a força combinada das nove encarnações do deus Vishnu (que apareceu na terra em diferentes tempos no passado). A décima encarnação, a Kalkin (um homem em um cavalo branco), ainda está por vir.

O som que emana da concha é o som sagrado da sílaba AUM, que é o som da criação. Uma concha em uma das mãos de Durga significa a última vitória da virtude sobre o mal e do certo sobre o errado.

As armas nas mãos de Durga passam a idéia de que apenas um tipo de arma não é suficiente para a destruição de todos os tipos de inimigos. Por exemplo, orgulho precisa ser destruído pela humildade, o egoísmo pelo desapego e o prejuízo pelo auto-conhecimento.

Shakti






O sistema indiano de divindades se refere à Shakti como a manifestação da energia. Shakti, a deusa mãe, também conhecida como ambaa (mãe), ou devi (deusa). É considerada a personificação da energia cósmica em sua forma dinâmica. Shakti é a mãe de Skanda e Ganesha. Acredita-se que Shakti seja a força e a energia nas quais o universo é criado, preservado, destruído e recriado (pela trindade do Hinduísmo: Brahma, Vishnu e Shiva).

Shakti é adorada em várias formas:

- Como RajarajesWari ou Kamakshi, ela é a mãe universal.
- Como Uma ou Parvati, ela é a gentil cônjuge de Shiva.
- Como Meenakshi - ela é a rainha de Shiva.
- Como Durga, ela monta tigre, que grita de forma a atacar. Durga simboliza a vitória do bem contra o mal.
- Como Kali, ela destrói e devora todas as formas de demônios. Ela também é a personificação do tempo, e sua forma sombria é simbolizada como o futuro segundo nosso conhecimento.

Acreditar em Shakti como o aspecto feminino de uma divindade é comum na malha religiosa da Índia.

Práticas tântricas envolvendo gestos, cantos e yantras são executados em adoração a Shakti.

domingo, julho 23, 2006

Shahrazad





A historia de uma Diva!!!!

Natural de Belém, Palestina, Madeleine Iskandarian (que adotou o nome artístico de Shahrazad Shahid Sharkey) foi com sete anos para a Jordânia, onde dançava em festas familiares como casamentos, noivados e aniversários. Sempre acompanhada por sua mãe que tocava alaúde, violão e violino, aos oito anos recebeu um convite para estrear em teatro. O Príncipe Emir Naif, que se encontrava na platéia, convidou Shahrazad para dançar em seu casamento.

Ao completar nove anos, ela foi a convidada especial do Rei Abdallah, e dançou em seu palácio, sendo muito aplaudida.
Começou então suas apresentações em público: partiu para Alepo (Síria), onde ficou um ano, e depois para o Líbano, por três meses, fazendo shows em teatros e clubes, seguindo depois para Bagdá.
Voltou ao Líbano aos doze anos, e aos catorze já alcançava a fama. Aos dezesseis recebeu um convite para filmar no Egito, mas com a condição de se casar ali, ela recusou.
Aos dezessete anos recebeu um convite para viajar para os Estados Unidos. Como era menor, a mãe se opôs a deixá-la viajar, e isto deixou uma mágoa muito grande em seu coração, pois era uma carreira promissora que se abria a sua frente.

Encerrando sua carreira artística, casou-se aos dezoito anos e veio morar no Brasil. Possui um casal de filhos. Após doze anos de ausência do mundo artístico, voltou aos palcos dos grandes clubes, teatros, restaurantes, televisão, festas e casamentos. Viajou pelo Brasil de norte a sul, e todos aplaudiam as apresentações da famosa bailarina e cantora Shahrazad, com suas roupas luxuosas e brilhantes, sua beleza morena e encantadora, e sua especialidade: dançava como ninguém a Dança do Ventre.

Em 1979 trabalhou na Tenda Árabe Bier Maza, e ao mesmo tempo dava aulas de dança e participava de vários shows em todos os clubes e programas de televisão.
Em outubro de 1982 fez uma tournée pelos Estados Unidos, e dançou em San Francisco num restaurante libanês; em Chicago, no restaurante grego "Diana"; em Las Vegas, no sofisticado "Marrocos", e em Miami na boate-restaurante "Cleopatra".

Em março de 1983 foi convidada a fazer alguns shows em Montreal, Ottawa e Toronto (Canadá). Ficou ali aproximadamente três meses e quando voltou ao Brasil reiniciou suas aulas de dança, com exercícios muito especiais para pessoas que sofriam da coluna e outros problemas de saúde (pois os movimentos dados a cada um, individualmente, requeriam muita atenção e dedicação).

A Lenda de Shahrazad

A milenar história das Mil e Uma Noites conta que dois irmãos, ambos reis, descobriram que suas mulheres eram infiéis. Vingaram-se de forma sangrenta e resolveram correr o mundo em busca de alguém mais infeliz do que eles. Encontraram um demônio que mantinha uma mulher num caixão de vidro com quatro cadeados. Ela saiu de sua prisão enquanto o demônio dormia e mostrou a eles os 98 anéis que tinha pego de seus amantes, insistindo em manter relações com os dois para chegar a cem, redondos. Os reis decidiram que o demônio era muito mais infeliz que eles e voltaram a seus reinos.
Lá, o irmão mais velho, Dhahrayar, ainda furioso com a traição da mulher, instaurou um reinado de terror, casando-se com uma virgem a cada dia e entregando-a a seu Vizir (ministro) para executá-la no dia seguinte. A filha do Vizir, uma moça chamada Shahrazad, inteligente e bem-educada, convenceu seu pai a deixá-la casar-se com o rei. Na noite de núpcias, a noiva pediu que sua irmã mais nova, Dinarzad, dormisse embaixo da cama, de forma que "antes que o rei tivesse terminado com Shahrazad", a caçula, conforme o combinado, pedisse que ela contasse uma história para passar o tempo até o nascer do dia.
Quando amanheceu, a história ainda não havia terminado e o rei, curioso, adiou a execução por um dia. Shahrazad continuou a contar histórias, que deram origem a outras histórias, que nunca terminavam antes do nascer do dia. A curiosidade do rei manteve Shahrazad viva. Ela narrava o adiamento de sua execução, um período em que teve três filhos. No fim, o rei suspendeu a sentença de morte e eles viveram felizes para sempre!

Na verdade, essa é a história de uma princesa que contava histórias para não morrer. Esse adiamento da morte nos sugere o recomeço da infinita aventura da vida!
Aqui cabe uma comparação proposital, a que Shahrazad é o arquétipo da grande Mãe, com seu enorme útero. Porque seu repertório de histórias é o próprio repertório da maginação, da sobrevivência, da vida e da morte.
Shahrazad triunfa porque é infinitamente criativa, e toda essa criatividade mantém sua cabeça e sua vida!
O fato é que histórias mantêm parte de nós vivos!

Gostaria de falar sobre essas coisas para traçar um paralelo entra a Shahrazad da história e esta que está aqui hoje. Para quem a conhece, sabe que falei de uma só pessoa. As duas têm o mesmo comportamento, a mesma infinita criatividade e imaginação! Não foi por acaso que ela concebeu este nome!
E ainda, já que falo de histórias, é muito importante deixar claro para todos que Shahrazad é e faz parte da história da Dança do Ventre no Brasil. Ela semeou e cultivou um trabalho ímpar, com técnicas e exercícios que antes do início de seu trabalho, não existiam. Ela é uma fonte inesgotável de conhecimento desta arte. Suas aprendizes estão entre as principais mestras da Dança do Ventre.
Quem negar sua existência e seu trabalho, estará negando a própria história da Dança do Ventre no Brasil, a nossa própria história!

Sílvia F. Caruí

sexta-feira, julho 14, 2006

MUSICAS!!!!!!!!!!!!!!




CRIEI UM E-MAIL, PRA QUE VOCE ENTRE E BAIXE MUSICAS QUE ESTAO SENDO POSTADAS POR DIVERSAS PESSOAS, E PECO QUE VOCE DEIXE QUANTAS MUSICAS QUISER!!!!

login: musicadancadoventre@gmail.com
senha: musicas

ja tem algumas la.... mas todo mundo quer mais!!!!!!!!!!!!!rsrs
beijos
Ishtar

quarta-feira, julho 12, 2006

Adao e Eva





muito boa... !!!!

A verdadeira Historia. (Desconheço a autoria)


Um dia no jardim do Éden, Eva disse a Deus:
- Deus, tenho um problema!!
- Qual é o problema Eva?
- Deus, sei que me criaste e me deste este maravilhoso jardim e todos estes
maravilhosos animais e esta serpente tão graciosa, mas não sou feliz!
- Por que Eva? Disse a voz lá de cima.
- Deus estou sozinha, e não suporto mais comer essa maçã.
- Bem, Eva, neste caso, tenho uma solução. Criarei um homem para ti.
- O que é um homem, Deus?
- Um homem será uma criatura defeituosa, com muitos atributos negativos,
mentirosos, arrogantes, vaidosos; em resumo fará da tua vida um inferno.
Mas... Será maior, mais rápido, e vai caçar e matar animais.
Terá um aspecto estúpido quando ficar excitado, mas, para que não te
queixes, o farei a fim de satisfazer tuas necessidades físicas. Será
patético e sentirá prazer em coisas infantis como lutar e dar pontapés em
uma bola. Não será muito inteligente, então, vai precisar do teu conselho
para pensar adequadamente.
- Parece ótimo. Disse Eva, com um sorriso irônico.
- Porém..., disse Deus
- Qual é o problema, Deus?
- Bem, vais tê-lo com uma condição...
- Qual Deus?
- Como eu disse, será orgulhoso, arrogante, egocêntrico... Assim terás que
deixar que ele acredite que eu o fiz primeiro.
Lembre-se, será o nosso pequeno segredo, Eva... De mulher para mulher...

segunda-feira, junho 26, 2006

ESCOLHA VOCÊ... MAS FAÇA PARTE...

"Existe muito mais entre o céu e a terra do que pode imaginar nossos olhos, ao vislumbrar uma apresentação de dança oriental; o universo feminino é vasto; se você olhar de forma crítica, o que hoje é absurdamente correto, poderá ser ridículo e ultrapassado, dentro de cinco anos, quando estiver olhando para trás. Simplesmente dar aulas e fazer shows não lhe garante evolução. Um mês sem estudar, não tenha dúvidas, já começou a andar para trás..."O que determina se você está vivendo um sonho ou uma realidade? É o fato de achar, que um, é o outro. A capacidade de uma bailarina fazer isso em minutos com seu público, vai de seu preparo, ao longo de anos, principalmente sabendo que, por mais que tenha caminhado, nunca aprendeu o suficiente; se você assistir a seu show dentro de cinco anos, vai se achar medíocre, verá seus movimentos necessitando polimento, sentirá a falta de uma cena mais delicada que deveria ser colocada aqui e ali, aquela tradicional sutileza que sempre falta.É porque a evolução na dança, depois de um certo tempo, acontece tão lentamente, de forma quase que imperceptível, fazendo com que esqueçamos como éramos a cinco anos atrás, ou mesmo, tirando sua noção se está aprendendo ou estacionada. Fazendo uma analogia, é como construir uma casa. Levantar as paredes e cobrir com o telhado é fácil e você vê o resultado quase que imediatamente. Já quando entra na fase do assentamento de azulejos e colocação de metais, é lenta e não enche a vista como a visão de uma casa crescendo todos os dias. O acabamento final é quase que imperceptível. Você tem que procurar dentro da casa para ver, onde é que ele está acontecendo. Aqui o resultado final só se percebe depois de concluída a obra. Depois disso, vem a sintonia fina: móveis, o que combina com o quê, decoração e as pequenas sutilezas que vão dar a cor e a característica de sua personalidade. Assim funciona com seu aprendizado.Acostume-se desde cedo a estudar e querer sempre saber mais. Não deixe que seu aprendizado seja permeado pela superficialidade. Se assistir sua dança de cinco anos atrás e achar que ela ainda está ótima, com certeza, significa que você não evoluiu muito de lá para cá. Parou no tempo. É preciso ter um senso crítico apurado e quebrar o espelho narcisista para perceber isso. É simples... ao terminar a faculdade, você olha para trás e vê a mesma pessoa de quando passou no vestibular? Em dança oriental, a cada 5 anos, você faz uma faculdade.Por cinco minutos, vi Souhair Zaki dançando em uma aula para quase uma centena de alunas no Cairo. A emoção daquele momento, percebi em meus olhos. Ao escrever estas linhas senti arrepios só de teclar, me lembrando da emoção daqueles instantes. Voltou como se eu estivesse lá, assistindo àquela cena... Era impressionante a questão da expressão, tanto do corpo como de seu rosto, e, do que ela podia transmitir naqueles instantes. Após 20 anos assistindo dezenas de apresentações todos os dias, eu estava totalmente enlevado, tomado de emoção ou hipnotizado, como queira você pensar. Conseguir transmitir este sonho é uma arte que poucas dominam. Trata-se de um trabalho que requer anos e anos de estudo; Mas só isso não é o bastante. A dança envolve emoção e a teatralização artística; não se aprende isso de um momento para o outro. Querer aprender não é o suficiente. É necessário fazer germinar o movimento e a expressão. A introspecção musical. Uma incorporação que envolve sentimento; um doar-se ao público. Se não sentir a música, as pessoas, o ambiente, dificilmente desenvolverá seu talento ao longo dos anos. Será sempre aquela mesmice decorada, inexpressiva, sem encantamento. O que quero dizer, é que não adianta você dizer que estuda a "x" anos, dá aulas para "y" alunas, e nas horas vagas, faz shows em lugares de destaque: o que está dentro de você e o que angaria para sua expressão como bailarina é que pontua sua qualificação. Seu processo evolutivo não pode parar. E isso vai acontecer, sem sombra de dúvidas, se deixar sua fonte secar.Como querer ensinar, sem aprender primeiro?É necessário definir onde você quer chegar com seu aprendizado de dança oriental:
1) um simples hobby ou terapia;
2) somente um aprendizado básico e superficial, sem compromisso e comprometimento com qualidade, para se apresentar em qualquer lugar que aparecer;
3) um complemento na sua forma de ser mulher;
4) tornar-se uma grande profissional (digo "grande", porque aqui não existe meio-termo; ou opta por ser "grande" ou não será uma profissional, ao longo dos anos - vide item 2).
5) um ser sublime, digna de tornar-se uma lenda ao longo das décadas; (neste caso, trata-se de uma "escolha de vida").
Definido isso, você começa a pensar quais os próximos passos a seguir.No caso de ser uma escolha para o profissionalismo, muitos fatores devem ser observados. Lembre-se que isso envolve você "viver da dança". Então como querer colher algo que você não planta? É insano querer viver do resultado financeiro de shows e aulas, sem investir grande parte dele. Você estará se auto-consumindo (o que ganha, gasta tudo, ou paga contas). Se você vive essa situação, necessita mudar o sentido e a atitude com relação à dança.Se sua fonte é a dança, você precisa cuidar para que sua água esteja sempre potável e haja fartura e abundância. Se entra em cena pensando quanto vai ganhar ao final, escolheu o caminho errado. Quando você dispõe sua arte, num lugar que não lhe oferece o mínimo de respeito, sem iluminação apropriada para dança, com garçons circulando e servindo bebidas durante o show, sem lugar para aguardar sua entrada ou se trocar, literalmente jogada as traças...como enxergar seu posicionamento em relação a esta dança?Quando o cachê é seu único motivo, e nada mais importa, o que você oferece deixa de ser arte. Que nome poderíamos dar a esta atividade? Não sei como colocar de forma delicada essa comercialização além dos limites.Por vezes sinto que penso através das mulheres que conheço dentro da dança, e aí, tomo por exemplo, aquela que tenho comigo há muitos anos. Sei que a Lulu até pode se apresentar sem remuneração se a causa for algo maior, mas tenho absoluta certeza de que ela respeita o que faz suficientemente para exigir o mínimo, quando alguém lhe contrata para mostrar seu trabalho. A dança devolve a cada bailarina exatamente o que esta oferece a dança. Respeito se paga com respeito, amor com amor, mediocridade, só casa com mediocridade. Pense cuidadosamente a respeito de suas expectativas e peça aquilo que realmente deseja, pois seja lá o que for, isto virá as suas mãos.Quando digo para uma bailarina, que ela deve investir em si TODOS OS DIAS, muitas nem sequer sabem ou imaginam a abrangência disso.Existe um longo trabalho, se você fez a opção de tornar-se uma grande bailarina. Desde seu preparo visual (roupas finas, adereços elegantes, seu manto (abay) para quando não estiver em cena, maquiagem de boa qualidade, ...), imagem (construção de seu personagem - postura, gestos, elegância-, fotos - sempre melhorando e atenuando as falhas da sessão anterior -, propaganda pessoal - delicada e sem exageros...), ferramentas de trabalho (desde sua mala, objetos cênicos, CDs - de todos os gêneros e o mais variado possível -, vídeos para estudos, DVDs, livros e apostilas, impressões por Internet de pesquisas realizadas, tudo catalogado para facilitar a busca quando necessário...), conduta profissional (manter-se sempre cristalina; ser uma grande observadora das demais condutas, filtrando o que não é compatível ou não demonstra nível a altura de seu profissionalismo). Tudo isso, nunca é o suficiente pois você estará sempre em mutação. Conheço bailarinas que possuem uma década de dança ou mais, e que só fizeram uma única seção de fotos profissionais até hoje. No máximo duas. Como é possível isso, se seu rosto muda a cada 6 meses na dança? Teoricamente, a cada ano, você precisa fazer novas fotos profissionais. Se é caro? Não é este o caso. A questão é que "fotos funcionam". Elas divulgam você. São um termômetro de sua evolução visual.Como pode uma boa bailarina, ter uma pasta com apenas 50 unidades de CDs? Esta é sua ferramenta mais preciosa. Ao longo de anos, precisam haver centenas. A possibilidade de opções e o domínio de uma miscelânea musical a tornam consistente, confiante. Se mesmo assim, você diz, é caro... me desculpe!Você pode ter algumas predileções musicais, mas deve conhecer um pouco de cada estilo. Negligenciar o estudo de alguns estilos por "não gostar", é inaceitável do ponto de vista artístico. Fará falta em algum momento de sua carreira, pode ter certeza. Dance de tudo e varie sempre seu repertório; novidades sempre aparecem: esteja pronta para adquirir quando elas surgirem a sua frente.Ninguém aprende sozinho. Achar que isso vai acontecer com você é infantil e uma viagem astral sem precedentes. Como alguém pode ensinar-se a si mesma, sem ter parâmetros para delimitar seu crescimento ou evolução? A resposta é que ninguém evolui só. Já viu alguém crescer sozinho em uma ilha deserta? É imaturo dizer que aprende só, da mesma forma que sua dança provavelmente será imatura, pois ninguém poderá corrigir seus erros. Será sempre a mesma coisa, anos e anos.Não é suficiente dizer: "É, mas eu fiz os Workshops da Fulana, Beltrana e Cicrana...". Isso por si só e isoladamente, não trás os resultados que você procura. É preciso muito mais... "Em quanto tempo vou me tornar uma boa bailarina?" Só você poderá dizer isso. Seu senso crítico vai dar a resposta a cada apresentação. E isso, pode ter certeza, se conseguir manter sua humildade, vai acirrar muito em você. Copiar, todas copiam. O problema é quando copiam mal. De forma grosseira. Sem talento. Aquela atitude de colar um trabalho completo, como se via na escola. Nem uma única palavra pessoal. Igual como encontrou num livro escrito por alguém. Onde está seu toque pessoal?Já parou para pensar quão extenso é seu repertório de movimentos?Se ele for suficiente para preencher, no máximo, cinco minutos de uma música moderna, um solo de percussão, e aquelas danças mais comuns, significa que a estrada está só começando. Dançar de forma coreografada idem. Experimente dançar em casa, uma música clássica elaborada e completa de 10/12 minutos, e veja como pode criar o melhor de seus movimentos. Agora tente outra música clássica, com mais ou menos o mesmo tempo, e procure não repetir as mesmas sequências de movimentos. Como ficou? Se você acordou do sonho e tomou um susto, é um bom sinal. Existe muito o que caminhar e agora não é momento de pensar no que foi, mas no que vem. O maior erro incorrido por todas as bailarinas é serem superficiais no aprendizado e acharem que mesmo assim, vão chegar a grandes estrelas (dignas até de empinar o nariz!). O que adianta dizer que tem 10 anos de dança, se em suas apresentações, o que se vê em seu personagem, é aquela mesmice de sempre. Sem evoluções ou criatividade. Aquele show sem aura. Uma coisa comercial, que não tem alma ou nunca teve. Uma dança homogênea é aquela previsível, que nos primeiros 60 segundos, sabe-se o que vem até o final da apresentação. Fica apenas naquilo. Não tem picos, momentos especiais, efeitos surpresa, expressão, emoção, carisma. Finalização fraca, enfim... carente de correções.Duro seria perceber que talvez tudo isso que você sempre pensou que tivesse atingido, sequer não passou da superfície e sua dança é a mesma das salas de aula 1,2,3,4 para cá, 1,2,3,4 para lá, básico egípcio e básica como sempre. Se você foi além e sua dança atingiu uma característica própria, o quanto ela evoluiu e passou por fases ao longo dos anos? Ou permaneceu a mesma dos cinco primeiros?Não que isso não ocorra dentro da Khan el Khalili. É que lá, cada vez que acontece, procuramos na medida do possível, falar diretamente a cada uma, mesmo que este tipo de crítica construtiva não seja bem vinda por muitas. O tempo e a distância, mostram a cada uma, que isso tem sentido ao longo dos anos.Ninguém é autodidata em dança oriental... todas aprendem umas com as outras, só que a humildade de cada uma, faz com que reconheça, com orgulho, a maternidade de seus movimentos e também de conhecimentos. É uma questão de maturidade profissional. Quando se é menino, tem aquele negócio de "o meu é maior que o seu". Quando se é bailarina isso é revivido em todas as fases: "eu danço melhor que ela (minha dança é maior que a dela)". Mas todas podem brilhar, cada uma à sua maneira. As características da dança, para cada uma, são infinitas. É uma questão de assimilar o máximo de facetas possível. De estar sempre evoluindo.Quando me perguntam: "Quem, para você, é a melhor bailarina?" Sempre respondo: "Existem muitas boas, cada uma com seu brilho especial, sua forma e características ímpares; só que poucas são melhor preparadas, em função do estudo que empreendem diariamente! O resultado retorna na medida do seu investimento em si mesma, e também... na medida de seu merecimento! (é aqui que entra a questão da conduta profissional, do doar-se, do personagem cristalino, sem duas faces)" Temos muitas grandes profissionais. Lendas na dança no Brasil, posso dizer que, por enquanto, ainda preenchem somente alguns dedos de uma única mão. E espaço para isso, tem!Seu sucesso como bailarina, está em fazer as escolhas certas! Ao contrário do que se pensa, o aprendizado não para. Nunca se está preparada. Quem não estuda e não procura novas fontes, fica estagnada no tempo: fossilizada. É um erro achar que o que você aprendeu nos últimos 10 anos de dança, valem para sempre. O que funcionava há 10 anos atrás, hoje é apenas o superficial, a primeira camada, só a ponta de um grande iceberg.Não é a sorte que determina se você vai ser ou não uma grande bailarina. É sua "atitude" de todos os dias!O que você pretende para seu futuro profissional? Ser uma estrela ou um engodo? Sua decisão de agora, será o resultado de seu amanhã. Dependendo de sua escolha... ESTUDE MUITO, E SEMPRE!

Por Jorge Sabongi - Julho 2002.

MERETSEGUER A QUE AMA O SILÊNCIO




Meretseguer ou Meretseger era uma deusa-cobra da mitologia egípcia. O seu nome significa "a que ama o silêncio" ou "amada pelo silêncio".
Era representada como simples cobra, como uma mulher com cabeça de cobra ou como uma cobra com cabeça de mulher. Tinha por vezes um toucado constituído por disco solar e cornos. Em representações mais raras surge como cobra com três cabeças (uma de mulher, outra de cobra e outra de abutre) ou como escorpião com cabeça de mulher.
As informações mais antigas sobre a deusa datam da época do Império Médio. Durante a época do Império Novo a deusa tornou-se guardiã dos túmulos das necrópoles de Tebas (Vale dos Reis), acreditando-se que atacava aqueles que tentavam pilhá-los. Segundo as fontes vivia numa montanha com forma de pirâmide perto de Deir el-Medina, a aldeia onde habitavam os homens que construíram os túmulos reais durante o Império Novo. Por esta razão era também denominada pelos habitantes de Deir el-Medina como "Dehenet Imentet", o que significa "Montanha do Oeste".
Várias estelas encontradas revelam a devoção dos artesãos de Deir el-Medina pela deusa, detentora de uma certa ambiguidade: atacava os trabalhadores que cometiam crimes ou mentiam, castigando-os com a cegueira ou através de picadas venenosas, mas ao mesmo tempo poderia curar os que se mostrassem arrependidos. Perto do Vale das Rainhas tinha um pequeno templo cavado na rocha onde era adorada junto com o deus Ptah. Quando se abandonou o Vale dos Reis como necrópole real, na XXI Dinastia, o seu culto (que nunca ultrapassou o âmbito local) entrou em decadência.

DEUSA MAAT





DEUSA MAAT

Maat é a deusa egípcia da Justiça e do Equilíbrio. É representada por uma mulher jovem portando em sua cabeça uma pluma. É irmã de Rá, o Deus-Sol e esposa de Thoth, o escriba dos deuses com cabeça de ibis.

Maat é equivalente à Têmis grega e, como esta, é explicitamente a representação divina da lei e da ordem cósmicas naturais. Como ordem cósmica, Maat é o alimento do Deus-Sol Rá; é também "o olho de Rá" e o Ka de Rá. Segundo as crenças egípcias, o corpo do homem se compunha de dois elementos espirituais, o Ba, similar a alam e o Ka, uma espécie de réplica do corpo. A morte representava a separação do elemento corporal dos espirituais. Entretanto, Ka não poderia sobreviver sem a presença do corpo, foi daí que se desenvolveram técnicas precisas de conservação, conhecidas com embalsamento. O processo de mumificação tinha como objetivo a manutençaõ do corpo para própria existência de Ka.

Maat é a Senhora do Céu, Rainha da Terra e amante do Mundo Inferior. O grande inimigo de Maat era Seth, a versão egípcia do Ares grego, Deus da desordem crassa, da injustiça e da ambição.

A atividade crucial de Maat ocorria no Palácio das Duas Verdades (Maati), onde os mortos iam para o julgamento final. Primeiro, o falecido deveria proferir uma “confissão negativa” declarando que não cometera pecados ou más ações. Verificava-se então se estava sendo honesto a cada um dos 42 itens confessados. Depois seu coração era colocado em um prato de balança, enquanto no outro estava uma pena de avestruz simbolizando Maat (a verdade). Por vezes era, ela mesma, a balança. Não se sabe com clareza de que forma o coração era pesado para que a alma do morto fosse considerada justa. Sabe-se somente, que se o coração tivesse o peso certo em contraste com o peso de Maat, a pessoa estava justificada. O coração, portanto, é considerado a "voz" e somente ele dirá para onde deverá ser destinado. Caso não o tenha, a pessoa é lançada a um monstro híbrido temível composto de partes de crocodilo, leão e hipopótamo chamado Ammut, comedor de mortos.

Para os egípcios, o coração não era tão somente um órgão vital do corpo, mas era também a consciência. Ele representava a voz de Maat no ser humano, a voz oracular da ordem cósmica que rasga o véu e penetra no mundo humano. Entretanto, por essa razão, as palavras do coração tornaram-se um problema para os egípcios, pois ele testemunhava no Palácio das Duas Verdades contra a pessoa. Essa crença era tão forte, que existia até uma prece especial, dirigida ao coração, que era inscrita em um amuleto em forma de escaravelho e depositada no local do coração durante o ritual de embalsamento. Tal prece suplicava que o coração não se levantasse "como testemunha contra mim".

Para os antigos egípcios, o porta-voz oracular da lei da natureza, localizado no próprio corpo do indivíduo, estava muito mais próximo da consciência ordinária do que consideravam os gregos, para quem Gaia e Têmis haviam sido forçadas a retira-se do Delfos e a permanecer nos mundos inferiores, enviando de lá mensagens através dos sonhos. Muito embora Maat falava em nome da ordem cósmica, ela também é "o olho de Rá" e os filhos de Rá sentavam-se nos tronos dos faraós. Deste modo, a lei e a justiça estavam unidas, e os árbitros da ordem natural e da ordem social eram um só, unidos em Maat e no faraó. Por intermédio do oráculo da Deusa, o coração, as leis e os costumes da vida social eram confirmados por uma intuição mais profunda de justiça e integrados nesse nível.
Como se vê, os deuses egípcios não eram pessoas imortais para serem adoradas, mas sim ideais e qualidades para serem honradas e praticadas.

"Faze justiça enquanto durares sobre a Terra"
Todas as religiões têm um conteúdo moral ao lado dos objetos de culto e a moral básica dos egípcios tinha o nome de MAAT. Ela foi criada antes do mundo e através dela o mundo foi criado. É quase impossível traduzir a palavra com exatidão, mas ela envolvia uma combinação de idéias como "ordem", "verdade", "justiça" e "retidão". Considerava-se Maat uma qualidade não dos homens, mas do mundo, infundida neste pelos deuses no momento da Criação. Assim sendo, representava a vontade dos deuses. A pessoa se esforçava para agir de acordo com a vontade divina porque essa era a única maneira de ficar em harmonia com os deuses.
Para o camponês egípcio, Maat significava trabalho árduo e honesto, já para o funcionário, significava agir com justiça.
Durante as amargas dificuldades e a desilusão que flagelaram o Primeiro Período Intermediário, surgiu por instante a idéia que Maat não era apenas uma qualidade passiva inerente ao mundo, mas que os súditos do rei-deus tinham o direito de esperar que fosse praticada. Isso representava um passo para o desenvolvimento de um conceito de justiça social.
Portanto, é mais importante "conservar Maat" (isto é, obedecer a lei) do que adorá-la. A própria Maat dá assistência nessa tarefa guiando, instruindo e inspirando os egípicios e após a morte ela é o princípio pela qual eles são julgados. Ela é a personificação da sabedoria!
No período helênico, os atributos de Maat foram absorvidos por Ísis.
Maat era portanto, a Deusa da Justiça e da Verdade, ligada ao equilíbrio (Libra) necessário para a convivência pacífica entre todos os seres. Maat rege o primeiro signo social do zodíaco egípcio. . Era filha de Rá, o Sol, e de um passarinho que, apaixonando-se pelo calor e pela luminosidade dos raios solares, subiu por eles até morrer queimado. No momento em que foi incinerado, uma pena voou pelos ares. Essa era a nossa Deusa Maat. Ela também foi a responsável pela união do Alto e do Baixo Egito, simbolizando com isso a força da união e os benefícios da justiça. Sem Maat, a criação divina, que é a Terra e seus habitantes, não poderia existir, pois tudo se afundaria no caos inicial.
Maat toca todos os aspectos da vida: independência, situações familiares, amor, ódio, temor, enfermidade, morte, eternidade, solidão, propósito e eleições. Não há situação que não possa ser enquadrada no esquema da verdade.

A JUSTIÇA
Não se trata aqui da justiça dos homens, até porque esta justiça não está com seus olhos vendados, mas atenta para preservar a ordem social. A vida é sempre justa em relação a ela mesma. Não vacila. Atua de tal modo que tudo que provém dela a ela retorna. Nada se perde, tudo se regenera, se renova e se transforma. É este o sentido do número 8 deste arcano, o do equilíbrio cósmico, da ressurreição e da transfiguração. A Justiça nos permite tomar consciência de que, sem limites definidos, nada pode sobreviver ou subsistir no mundo. E a balança de Maat o que aqui significa? Ela pesa o bem e o mal, os prós e os contras, as vantagens e desvantagens, mede, calibra e julga.
Maat representa além do equilíbrio, a harmonia do Universo primordial. Tal equilíbrio necessita dessa Deusa que personifica a justiça. Maat nos lembra que "o que fizermos aos outros, a nós será feito". É Maat, que protege os advogados e os tribunais.

CLEÓPATRA






Sua verdadeira história é, sob muitos aspectos, mais fascinantedo que as lendas que há mais de 2000 anos cercam o seu nome....

CLEÓPATRA é geralmente lembrada como uma mulher fatal egípcia, uma sedutora libertina que se matou por amor ao general romano Marco Antônio. Há pouca verdade nisso. Embora Cleópatra fosse rainha daquele antigo reino, não corria nas suas veias uma só gota de sangue egípcio. Ela era grega da Macedônia; sua capital egípcia, Alexandria, era uma cidade grega, e o idioma da sua corte era o grego. Sua dinastia fora fundada por Ptolomeu, general macedônio de Alexandre, o Grande, que depois da morte deste se fizera rei do Egito.
Quanto à sua devassidão, não há o menor indício de ligações amorosas de Cleópatra, a não ser com Júlio César e, três anos depois da morte de César, com Marco Antônio. E estas não foram ligações ao acaso e sim uniões públicas, aprovadas pelos sacerdotes de então e reconhecidas no Egito como casamentos. É absurda a versão de que ela era uma mulher sensual, que usou de todos os ardis para seduzir esses homens. Júlio César, uns 30 anos mais velho do que ela, já tivera quatro esposas e inúmeras amantes. Seus soldados o chamavam de "adúltero careca" e cantavam um dístico advertindo os maridos que mantivessem as mulheres fechadas à chave quando ele andasse por perto. Marco Antônio, 14 anos mais velho do que a jovem rainha, era também um conquistador conhecido. E, no fim, não foi por amor a ele que Cleópatra se matou, e sim pelo desejo de escapar à degradação nas mãos de outro conquistador.
Mas a lenda persiste há mais de 2000 anos, principalmente porque poetas e dramaturgos, inclusive Shakespeare, têm dado maior ênfase aos encantos físicos e às paixões do que à inteligência e à coragem dessa rainha. Seus feitos, porém, revelam que ela foi uma mulher brilhante, engenhosa, que passou a vida lutando para impedir que seu país fosse aniquilado pelos romanos.
Nascida em 68 ou 69 A.C., Cleópatra cresceu entre as intrigas e as violências palacianas. Seu pai, Ptolomeu XIII, era um bêbado, um devasso cujo divertimento era tocar flauta. Morreu quando Cleópatra tinha 18 anos, e ela então se tornou rainha, governando juntamente com seu irmão de dez anos, Ptolomeu XIV. Dois anos depois, o jovem Ptolomeu, dominado por um trio de intrigantes palacianos, obrigou Cleópatra a exilar-se na Síria. Mostrando desde então a bravura que caracterizou sua vida, ela imediatamente organizou um exército e teve início a marcha através do deserto para lutar por seu trono.
Foi essa a Cleópatra que César conheceu no outono de 48 A.C. Ele fora ao Egito em perseguição ao general romano Pompeu, seu adversário numa luta pelo domínio político, gênero de contenda que manteria Roma convulsionada durante quase um século.
Qual o aspecto físico de Cleópatra? As únicas indicações são algumas moedas cunhadas com o seu perfil e um busto desenterrado de ruínas romanas cerca de 1800 anos depois da sua morte. Mostram um nariz aquilino, boca bem traçada, com lábios finamente cinzelados. Vários historiadores antigos escreveram sobre sua "beleza arrebatadora", mas não foram homens que a tivessem visto pessoalmente. A descrição mais precisa parece ser a de Plutarco, cujo avô ouviu falar em Cleópatra por um médico conhecido de uma das cozinheiras da rainha. Plutarco escreveu que na realidade a sua beleza "não era propriamente tão extraordinária que ninguém pudesse comparar-se a ela".
Todos os escritores antigos concordavam, porém, em reconhecer a sua conversa "fascinante", a sua bonita voz, "a habilidade e a sutileza de sua linguagem". Ela falava seis idiomas, conhecia bem a história, a literatura e a filosofia gregas, era uma negociadora astuta e, ao que parece, uma estrategista militar de primeira ordem. Tinha também uma grande habilidade para cercar-se de uma atmosfera teatral. Quando intimada por César a deixar suas tropas e a comparecer ao palácio que ele conquistara em Alexandria, Cleópatra introduziu-se na cidade ao escurecer, fez-se amarrar num rolo de roupas de cama, e assim escondida foi carregada nas costas de um servo através dos portões e até aos aposentos de César.
Quer o estratagema se destinasse a evitar os assassinos a soldo do irmão, quer se destinasse a impressionar César, o fato é que a sua entrada na cidade foi uma das mais sensacionais de todos os tempos. Sua coragem e seu encanto concorreram para convencer César de que seria de boa política restituir-lhe o trono. E, pouco tempo depois desse primeiro encontro, ela estava grávida.
Talvez para impressionar César com a riqueza do Egito, Cleópatra organizou na primavera seguinte uma expedição para subir o Nilo. Durante semanas, ela e César navegaram pelo rio num luxuoso barco-residência, acompanhados por 400 embarcações levando tropas e provisões. Em junho, Cleópatra deu à luz um filho, Cesarion ou Pequeno César, em grego. O recém-nascido, filho único de Júlio César, parece ter sido a origem de um plano ambicioso de César e Cleópatra para fundirem Roma e o Egito num vasto império sob o domínio deles e dos de sua estirpe. Logo depois do nascimento do menino, César partiu de Alexandria e começou operações militares na Ásia Menor e na África do Norte, eliminando todos os focos de oposição restantes. Um ano depois, voltava triunfalmente a Roma, como ditador incontestado. Cleópatra já estava lá com Cesarion, instalada por César numa vila imponente.
Como rainha, com uma corte real, Cleópatra começou a exercer influência na vida romana. Levou de Alexandria cunhadores de moedas para melhorarem a cunhagem romana, especialistas em finanças para organizarem o programa tributário de César. Seus astrônomos reformaram o calendário romano, criando o calendário no qual se baseia o nosso atual sistema. César mandou colocar uma estátua de Cleópatra num novo templo construído em honra de Vênus, e emitiu uma moeda em que Vênus e Eros se identificavam com a figura de Cleópatra carregando Cesarion nos braços. Seu poder parecia absoluto. De repente, 20 meses depois de Cleópatra chegar a Roma, Júlio César foi assassinado.
Ninguém sabe se Cleópatra foi tomada de desespero. Ao cabo de um mês, voltou para o Egito. Os historiadores não dispõem de dados sobre os três anos seguintes de seu reinado. Só se sabe que, na luta pelo poder, que mergulhou Roma numa guerra civil, os contendores procuravam seu auxílio. Ao que parece, sua política foi de cautelosa espera, para ver quem se tornaria o sucessor de César.
Quando Marco Antônio surgiu como homem forte do Oriente, pediu a Cleópatra que fosse ao seu encontro em Tarso. Durante algum tempo ela não tomou conhecimento do convite; depois, levantou vela com uma frota magnífica, levando ouro, escravos, cavalos e jóias. Em Tarso, em vez de ir à terra como suplicante, Cleópatra esperou calmamente, ancorada ao largo. Depois de haver manobrado habilmente para que Marco Antônio se tornasse seu convidado, ela o confrontou com um espetáculo ofuscante: os remos da galera, com pontas de prata, marcando o compasso da música das flautas e harpas, as cordas manobradas por belos escravos vestidos como ninfas e graças, enquanto outros espargiam o incenso de perfumes exóticos. Reclinada sob um toldo de ouro, Cleópatra se apresentava como Vênus, abanada por meninos que pareciam cupidos.
Ao terminar o banquete, Cleópatra deu de presente a Marco Antônio o prato de ouro, as formosas taças, os suntuosos canapés e bordados que tinham sido utilizados para servi-lo. Na noite seguinte ofereceu nova festa a Marco Antônio e seus oficiais, e, quando eles partiram, todos os convidados receberam idênticos presentes. Seu propósito não era conquistar a afeição de Marco Antônio, mas impressioná-lo com a riqueza ilimitada do Egito e, portanto, com as suas potencialidades como aliado.
Três meses depois, Marco Antônio foi a Alexandria, e lá passou o inverno. Partiu na primavera, seis meses antes de Cleópatra dar à luz os seus filhos gêmeos, e passou quase quatro anos sem tornar a vê-la. Nesse intervalo, Cleópatra fortaleceu as defesas de seu país, organizou sua esquadra, acumulou ouro e provisões. Quando Marco Antônio, na esperança de expandir seu poder no Oriente, a convidou a ir ao seu encontro na Síria, ela foi, mas resolvida a impor condições. Conseguiu obter um acordo pelo qual seriam dadas ao Egito todas as vastas áreas que haviam sido propriedade dos Faraós 1400 anos antes, mas que eram então províncias romanas. Marco Antônio concordou também com um casamento legítimo, e, para comemorar o acontecimento, foram cunhadas moedas com as efígies dos dois. Nessa ocasião, Cleópatra começou uma nova etapa de seu reinado.
Então com 33 anos, partiu com Marco Antônio para fazer guerra aos persas, mas no Eufrates teve de desistir da campanha. Estava novamente grávida. A criança nasceu no outono, e naquele inverno chegaram apelos desesperados de Marco Antônio: seu exército fora destroçado, e os únicos remanescentes das tropas mal tinham conseguido escapar para a costa da Síria. Com dinheiro, provisões e armas, Cleópatra foi em seu socorro.
No ano seguinte, 35 A.C., ela teve de usar de todo seu engenho para evitar que Marco Antônio --- com o espírito anuviado pela continuidade da bebida --- tentasse outra invasão da Pérsia. Compreendendo que o verdadeiro inimigo era Otávio, sobrinho e herdeiro legítimo de César, que de Roma dominava o Ocidente, ela insistiu com Marco Antônio para que concentrasse todos os esforços em derrubá-lo. Em 32 A.C., Cleópatra precipitou a guerra com Otávio, persuadindo Marco Antônio a tomar duas providências: baixar um édito pelo qual se divorciava de sua outra esposa, Otávia (a bela irmã de Otávio), e determinar que suas tropas atravessassem o Mar Egeu e entrassem na Grécia. Cleópatra estava então no apogeu. Reis vassalos do Oriente Médio prestavam-lhe homenagem, os atenienses cobriram-na de honrarias, saudando-a como Afrodite e levantando sua estátua na Acrópole.
De repente, em Actium, na costa ocidental da Grécia, ao cair da tarde de 2 de setembro do ano 31 A.C., tudo se desmoronou. Os historiadores nunca chegaram a um acordo sobre essa batalha decisiva: não se sabe o motivo por que Marco Antônio, com um exército superior, deixou que ela se transformasse numa batalha naval; nem por que, em plena batalha naval, com o resultado ainda indeciso, Cleópatra levantou vela e partiu a todo pano para o Egito, com os seus 60 navios de guerra; ou por que Marco Antônio deixou abandonado seu imenso exército para embarcar no navio de Cleópatra e partir com ela.
Ao voltar para o Egito, quando se espalhou a notícia do desastre, Cleópatra tentou fortalecer os laços com os países vizinhos. E começou também a transferir navios de guerra do Mediterrâneo para o Mar Vermelho --- projeto fabuloso, que importava em arrastar os navios através de muitos quilômetros de deserto.
Quando chegaram as tropas de Otávio e tomaram os fortes da fronteira do Egito, Cleópatra permaneceu em Alexandria, pronta a negociar com Otávio, ou a combatê-lo. Mas, à aproximação do exército invasor, a esquadra e a cavalaria da rainha desertaram e Marco Antônio suicidou-se. Capturada viva, Cleópatra foi posta sob guarda e advertida de que, caso se matasse, seus filhos seriam executados.
Embora Otávio prometesse clemência, Cleópatra presumiu que seu destino seria semelhante ao de centenas de outros reis cativos, que haviam sido levados em cortejo pelas ruas de Roma, acorrentados, para serem depois executados. Audaciosa até o fim, fingiu abandonar qualquer idéia de suicídio. Obtendo permissão para visitar o túmulo de Marco Antônio, parece que conseguiu comunicar-se com partidários fiéis quando a sua liteira era carregada pelas ruas. Voltou aos seus aposentos, tomou banho, jantou e mandou que suas servas a vestissem como Vênus. Sobre o que aconteceu depois só sabemos o seguinte: oficiais romanos que arrombaram seus aposentos encontraram Cleópatra morta. Segundo a lenda, a rainha se deixara morder por uma víbora que lhe fora mandada como contrabando numa cesta de figos.
Quando se comemorou em Roma a conquista do Egito por Otávio, foi arrastada pelas ruas uma estátua de Cleópatra com uma víbora agarrada a um dos braços. Os seus três filhos com Marco Antônio --- Cesarion já fora executado --- foram obrigados a marchar na degradante procissão. Foi então que os poetas romanos, para caírem nas boas graças do vencedor, começaram a espalhar o mito de uma perversa e libertina rainha egípcia --- mito que dura até o dia de hoje.

domingo, junho 25, 2006

O Código de Ética da Dança do Ventre




Código de Ética

O Código de Ética da Dança do Ventre foi elaborado a partir da iniciativa do Jornal Oriente Encanto e Magia, objetivando a organização e valorização de todos os segmentos envolvidos com a Dança do Ventre no Brasil. Este é o fruto de um esforço conjunto e democrático que, durante 10 meses de trabalho, contou com a participação de 439 praticantes amadoras e profissionais. A dança do ventre é uma expressão artística e, como tal, deve ser difundida. Cabe às profissionais da área zelar pelo seu conceito, mantendo assim os padrões de elegância que a envolvem e não permitindo sua vulgarização.Para exercer suas funções com dignidade, as profissionais da área devem receber remuneração justa pelos serviços artísticos ou didáticos prestados.É considerada prática antiética a concorrência desleal com outras profissionais da área (bailarinas ou professoras).Professoras A professora tem a função de ensinar e orientar pacientemente, sempre zelando, em primeiro lugar, pela saúde e bem-estar de suas alunas e respeitando as limitações de cada uma.A todas as professoras é dada orientação que seus currículos estejam a disposição das alunas.É importante que a professora realize anualmente avaliações opcionais com suas alunas, as quais terão à disposição informações preciosas para a evolução de seu aprendizado.A dedicação ao ensino deve ser direcionada para o conhecimento de suas alunas, e não como instrumento de vaidade pessoal para a promoção da professora.A professora deve exercer seu trabalho livre de toda e qualquer discriminação, motivando e respeitando suas alunas, independentemente de características físicas ou faixa etária, lembrando que esta é uma atividade que deve ser direcionada visando ao bem-estar e equilíbrio físico, mental e emocional. Portanto, não podem ser exigidos padrões estéticos que diferenciem ou discriminem qualquer uma delas.Para aptidão ao magistério da dança do ventre considera-se satisfatório um período mínimo de 4 anos de estudos na área, com aperfeiçoamento em didática e conhecimentos de anatomia, cinesiologia e biomecânica que possibilitem segurança na realização de um trabalho corporal consciente. O tempo de estudo pode ser reconsiderado a partir de cursos realizados anteriormente, como Balé Clássico, Educação Física ou Faculdade de Dança.A professora de dança do ventre deve buscar aprimoramento e atualização constantemente.A professora deve cumprir a programação e o cronograma de cursos oferecidos ou divulgados a suas alunas.Todas as alunas merecem igual atenção de sua professora, a qual não deve jamais fazer qualquer distinção entre elas.A professora deve ser especialmente honesta quanto aos seus conhecimentos, buscando respostas corretas para esclarecimento de suas alunas. Todas as informações pertinentes ao curso que se dispõe a ministrar devem ser transmitidas com clareza e honestidade, visando ao efetivo aprendizado de suas alunas.Como a dança do ventre tem origens muito remotas e informações de difícil acesso, esta questão deve ser sempre esclarecida a priori, para se evitar a divulgação de histórias fictícias que resultem em prejuízo à sua imagem e evolução.A professora não deve estimular competitividade negativa entre suas alunas ou com outros grupos.A professora deve ter respeito e consideração com as demais profissionais da área, preservando um ambiente de relacionamento sadio que possa acrescentar ao desenvolvimento de todo o segmento. A sala de aula não deve ser utilizada como espaço para demonstrar rivalidade pessoal ou denegrir a imagem dos demais profissionais da área em favor de sua promoção.É considerada conduta antiética entre professorasApresentar coreografias de outras profissionais sem prévia autorização, bem como omitir o nome da responsável por sua criação.Coibir a participação de alunas em workshops e cursos que possam acrescentar elementos ao desenvolvimento e aprendizado.Apresentar currículos com informações fictícias referentes ao aprendizado e experiência. Recomenda-se que, em se tratando de cursos e workshops, sempre se solicite certificado de participação.BailarinasNo Brasil, até a presente data, são consideradas bailarinas de dança do ventre todas aquelas que, possuindo o conhecimento e experiência necessários, prestem serviços artísticos profissionais (shows) mediante oneração.Cabe à bailarina profissional cumprir todas as cláusulas acertadas em contrato para prestação de serviços artísticos junto ao seu contratante.A bailarina profissional de dança do ventre deve zelar pela imagem moral da categoria que representa: a) mantendo relacionamento de respeito e elegância junto ao seu público e contratantes; b) trajando-se de forma adequada aos padrões da categoria durante suas apresentações.É considerada conduta ética entre bailarinas e profissionaisQuando assistir à apresentação de outras bailarinas ou alunas, dedicar o devido respeito e atenção.Quando estiver realizando apresentação em conjunto, ser solidária e direcionar o trabalho com espírito de equipe e união.Ter consciência de que cada profissional possui um estilo próprio que a diferencia e, assim, saber apreciar e admirar, com a devida humildade, todas as variadas formas de se expressar a mesma arte.Respeitar o local de trabalho de outras profissionais.É considerada conduta antiética entre bailarinasEstando ciente do fato, atravessar ou interferir em contrato de trabalho de outra profissional.Distribuir material de propaganda pessoal durante serviços contratados por outra bailarina.Criticar o desempenho ou denegrir a imagem de outra profissional junto ao público, contratantes ou colegas da área.Transformar uma apresentação coletiva em disputa pessoal de vaidade, interferindo na qualidade do trabalho apresentado.RecomendaçõesA forma como uma professora e bailarina se referem à sua(s) mestra(s) é um exemplo que será depois seguido por suas alunas. Quem não respeita seu mestre, não valoriza a arte.Como em qualquer atividade física, recomenda-se realizar avaliação médica antes do início das atividades artísticas.As responsáveis pela elaboração do Código de Ética esperam que a união, a humildade, a seriedade, o respeito e o amor sincero à arte estejam sempre acima de qualquer diferença pessoal. Que estes laços que nos aproximaram até aqui em favor do objetivo único de valorizar e organizar nossa arte se fortifiquem a cada dia, alcançando todas as praticantes da dança do ventre no Brasil.

Deusa Nefertiti



Nefertiti foi uma rainha do Antigo Egipto, esposa principal do faraó Amen-hotep IV, mais conhecido como Akhenaton. Pertence à época da XVIII Dinastia egípcia, no Império Novo, tendo vivido no século XIV a.C. À semelhança do seu esposa também alterou o seu nome, neste caso para Nefernefernuaton.

Raízes familiares
As origens familiares de Nefertiti são pouco claras. O seu nome significa "a bela chegou", o que levou muitos investigadores a considerarem que Nefertiti teria uma origem estrangeira, tendo sido identificada por alguns como Tadukhipa, uma princesa do Império Mitanni.

Contudo, nos últimos tempos tem vingado a hipótese de Nefertiti ser egípcia, sendo considerada prima do seu marido Amen-hotep. Muitos consideram que seria filha de Ai, irmão da rainha Tié, grande esposa real de Amen-hotep III, o pai de Amen-hotep.

Casamento com Amen-hotep
Não se sabe que idade teria Nefertiti quando casou com Amen-hotep. A idade média de casamento para as mulheres no Antigo Egipto eram os treze anos e para os homens os dezoito. É provável que tenha casado com Amen-hotep pouco tempo antes deste se tornar rei. Com Amen-hotep Nefertiti teve seis filhas: Meritaton, Meketaton, Ankhesenpaaton, Neferneferuaten Tasherit, Neferneferure e Setepenre.

Nefertiti tem, até os dias de hoje, a reputação mundo afora de ser sido uma mulher de extrema beleza. Já o seu consorte Aquenaton entrou na história através das estátuas, relevos, pinturas, como um homem muito diferente da norma e representado fora dos padrões rígidos da cultura milenar da época, exibindo traços mais reais, humanos e mesmo, em alguns casos, femininos e andróginos. Por exemplo, em muitas obras Aquenaton aparece com uma cinturinha fina porém com quadrís largos e coxas decididamente femininas. Além disso, em várias obras os seus seios são aparentes. A sua face também aparece alongada e com lábios carnudos, femininos e sensuais.

Aquenaton intodroziu pela primeira vez na história do mundo o conceito do monoteísmo, impondo às classes sacerdotais e populares o conceito de um só deus, o deus do sol, onde o disco solar representava o deus sol que regia sobre tudo na face da terra. Os muitos templos que celebravam os muitos deuses tradicionais do Egito foram todos rededicados pelo rei ao novo deus por ele imposto. Especula-se que esta pequena revolução, entre outros possíveis objetivos, possa ter servido para consolidar e engrandecer ainda mais o poder e importância do faraó. Após o reinado de Aquenaton, o Egito antigo volta às suas práticas religiosas politeístas.

Nefretiti parece ter acompanhado o rei lado-a-lado em seu reinado porém, em certa altura, ela esvanece e não é mais mencionada em qualquer obra comemorativa ou inscrições e parece ter sumido sem deixar quaisquer pistas.

Antes de falecer, Aquenaton admitiu um novo co-regente que pode ter sido Nefertiti transformada em imagem masculina, aliás algo que já havia ocorrido pelo menos uma vez na história da dinastia da terra. Porém, muitos especialistas acreditam que esta pessoa foi o seu filho mais velho. Já outros egitologistas, como o professor David O'Oconnor da Universidade de Nova York (New York University), especulam: Poderia se tratar de amor entre iguais, entre dois homens, dadas as características singulares de Aquenaton?

Nefertiti em inglês se escreve Nefertiti, em francês Néfertiti e em alemão Nofretete. Já Aquenaton se escreve Akhenaton em inglês, Akhénaton em francês e, em alemão, Echnaton. É importante salientar que estas línguas européias são bastante relevantes ao tema por causa de sua presença colonial no Egito moderno, no caso do inglês e do francês, e por causa dos trabalhos pioneiros em egitologia nestes idiomas.

Deusa Néftis A Reveladora



A Néftis egípcia, cujo nome significa "fim" e "vitória" era conhecida como a Senhora do Palácios, Dama da Casa e A Reveladora. Era irmã de Ísis e a esposa de deus Seth. Enquanto Ísis representava a força da vida e do renascimento. Nephtys era a deusa do pôr-do-sol, dos túmulos e da morte. Seus respectivos cônjuges também representavam energias opostas. Osíris, o consorte de Ísis, era o deus da fertilidade; Seth, o cônjuge de Néftis, representava a aridez, a esterilidade e a maldade. O deus Seth é também conhecido como o assassino de Osíris. Néftis é uma deusa guardiã e ajudou Ísis a colher os pedaços de Osíris quando Seth o destroçou. Também ajudou Ísis a reanimar o corpo de Osíris por tempo o bastante para que ela concebesse um filho. Por isso é muito freqüente ver juntas ambas as deusas, uma na cabeça e outra nos pés do sacórfago. A Néftis é representada junto sua irmã, chorando e velando Osíris.A morte para os egípcios antigos era uma passagem muito perigosa, pois quando a alma abandona o corpo, tudo se desune e todos os elementos corriam o risco de se manter dissociados do outro lado do espelho. Portanto a morte implicava necessáriamente em uma ação mágica: a preservação da coerência do ser durante a passagem deste mundo para o outro, para poder fazê-lo reviver do outro lado na sua plenitude. Para tal feito, se realizava o embalsamento. Segundo o esoterismo egípcio, o ser é composto de diversas qualidades, sendo mais conhecidas o "akh", a irradiação, o "ba", o poder de encarnação, e o "ka", a potência vital. Cada elemento tem uma existência independente. É através da arte mágica do embalsamento que todas as partes passavam pelas aberturas do céu, permitindo que o ser completo pudesse ir e vir. O sarcófago não era um túmulo ou um lugar vazio. Era considerado como um navio e como um ventre do céu. O espírito do "morto' entra e sai do sacórfago.Apesar de ser representada como uma bela mulher de olhos verdes, Néftis era chamada de a irmã obscura de Ísis. Ela se encontrou clandestinamente com Osíris e dele concebeu Anúbis, que conduzia os mortos. Por vezes, era representada com longos braços alados estendidos em proteção; em outras vezes, ela carregava uma cesta em sua cabeça. Plutarco nos deu uma explicação bastante esotérica sobre estas duas irmãs:"Neftis designa o que está embaixo da terra e que não se vê (isto é, seu poder é de desintegração e reprodução), e Ísis representa o que está sobre a terra e é visível (a Natureza física). O círculo do horizonte que divide estes dois hemisférios e é comum a ambos é Anúbis.Como uma deusa da Lua Nova, Néftis se compadece e compreende as fraquezas humanas. Seu aconselhamento é justo e sábio. Ela rege as artes mágicas, os conhecimentos secretos, os oráculos e as profecias. Animais como serpentes, cavalos, cães brancos, e dragões eram seus, assim como aves como a coruja e o corvo. No Egitos, o pentagrama (estrela de cinco pontas) era conhecido como a estrela de Ísis e Néftis.Essa deusa regia a morte a magia escura, coisas ocultas, conhecimentos místicos, proteção, invisibilidade ou anonimidade, intuição, sonhos e paz. Néftis, apesar de seu aspecto obscuro, oculta toda a força do feminino em sua mais abnegada e sedutora expressão e representa ainda, a compreensão que nasceu do amor sem fronteiras.

sábado, junho 24, 2006

Deusa Nut


Tente me alcançar

Toque em mim

Estou sempre ao seu alcance

Não tente imaginar como sou

porque você não pode

Sou seu presente e

insondável desconhecido

Sou a imensidão do cosmo

que ilumina o céu noturno

Estou além da compreensão humana

na amplidão do meu ser

Sou um mistério

que não pode ser desvendado.

.

Segundo a gênese egípcia, o mundo primordial era constituído de Água e Caos. Sobre as águas dançava um botão de lótus que ao se abrir libertou Rá, o deus do Sol. Ele chegou para iluminar o Caos inicial e originou seus dois filhos divinos: SHU, o deus do Ar e TEFNET, a deusa da Umidade. Deles nasceram GEB, deus da Terra e NUT, deusa do Céu Noturno, também conhecida como Grande Profundeza, a Abóbada Celestial, que faz nascer o Sol todas as manhãs, para depois devorá-lo à noite.

Geb e Nut se amaram e permaneceram por longo tempo abraçados. O céu e a terra estavam tão juntos, que não havia espaço para nada crescer ou viver entre eles. Desaprovando o incesto cometido por estes deuses, Rá, ou Sol, ou Deus Supremo, ordenou que Shu, pai deles os separassem. O poderoso deus do Ar, pisou sobre Geb e com as mãos suspendeu Nut acima de seu irmão. Geb debatia-se entre os pés do pai, enquanto que Nut balançava sobre ele, mas não conseguiam chegar a se alcançar.

A deusa ficou tão brava com seu pai, que ele acabou amaldiçoando-a, para que em nenhum dia dos 360 dias do ano, pudesse dar à luz. Foi ajudada então, pelo deus Thot, que em um jogo com a Lua, ganhou-lhe a sétima parte de cada uma das suas luminárias. Juntando essas partes, que formavam ao todo cinco dias, acrescentou-as aos trezentos e sessenta dias do ano. Dessa forma Nut pode gerar filhos. No primeiro dia nasceu Osíris; no segundo Hórus (o velho); no terceiro Seth; no quarto Ísis; e no quinto dia, Néftis. Seth casou-se com Néftis e Osíris com Ísis.

Nut também é a deusa que recebe as múmias, cuidando de seu corpo até a ressurreição, por isso era pintada dentro da tampa interior dos sarcófagos.

REPRESENTAÇÃO NOS DIVERSOS PLANOS

O Plano Espiritual é invadido pelo corpo da deusa, simbolizando a proximidade do eu com o inconsciente.

No Plano Mental, a deusa Nut, é a deusa do céu. Mulher de Geb e mãe de Osíris, Seth e Néftis. Na posição, como se estivesse sobre o marido, dá proteção ao jovem Akenaton que percebendo sua cegueira em relação á sua própria vida vai em busca do contato com seus antepassados e seu mestre interior - Aton, para a solução das sua dúvidas existenciais.

No Plano Material, um escorpião voltado para o Mundo dos Mortos, representando a busca do saber adquirido.

O ABRAÇO DE NUT

Nut se expande nas nossas vidas para lembrar-nos que devemos estar abertos ao mistério. Ela declara que o caminho para totalidade agora está em confiar que o mistério que você compreendeu será exatamente o que você precisa para sua jornada rumo à totalidade.

Deusa Isis




Ísis, da mitologia egípcia foi a mulher de Osíris, filha do deus da terra, Geb ou Gueb, e da deusa do céu, Nut. Era ainda mãe de Hóruse cunhada de Set ou Seth. Segundo a lenda, Ísis ajudou a procurar o corpo de Osíris, que tinha sido despedaçado por seu irmão, Set. Ísis, a deusa do amor e da mágica, tornou-se a deusa-mãe do Egito
Quando Osíris, seu irmão e marido, herdou o poder no Egito, ela trabalhou junto com ele para civilizar o Vale do Nilo, ensinando a costurar e a curar os doentes e introduzindo o conceito do casamento. Ela conhecia uma felicidade perfeita e governava as duas terras, o Alto e o Baixo Egito, com sabedoria enquanto Osíris viajava pelo mundo difundindo a civilização. Até que Seth, irmão de Osíris, o convidou para um banquete. Tratava-se uma cilada, pois Seth estava decidido a assassinar o rei para ocupar o seu lugar. Seth apresentou um caixão de proporções excepcionais, assegurando que recompensaria generosamente quem nele coubesse. Imprudente, Osíris aceitou o desafio, permitindo que Seth e os seus acólitos pregassem a tampa e o tornassem escravo da morte. Cometido o crime, Seth, que cobiçava ocupar o trono de seu irmão, lança a urna ao Nilo, para que o rio a conduzisse até ao mar, onde se perderia. Este incidente aconteceu no décimo sétimo dia do mês Athyr, quando o Sol se encontra sob o signo de Escorpião. Quando Ísis descobriu o ocorrido, afastou todo o desespero que a assombrava e resolveu procurar o seu marido, a fim de lhe restituir o sopro da vida. Assim, cortou uma madeixa do seu cabelo, estigma da sua desolação, e o escondeu sob as roupas peregrinando por todo o Egito, na busca do seu amado. Por sua vez, e após a urna atingiu finalmente uma praia, perto da Babilônia, na costa do Líbano, enlaçando-se nas raízes de um jovem tamarindo, e com o seu crescimento a urna ascendeu pelo mesmo se prendendo no interior do seu tronco, fazendo a árvore alcançar o clímax da sua beleza, que atraiu a atenção do rei desse país, que ordenou ao seu séquito que o tamarindo fosse derrubado, com o proposito de ser utilizado como pilar na sua casa. Enquanto isso, Ísis prosseguia na sua busca pelo cadáver de seu marido, e ao escutar as histórias sobre esta árvore, tomou de imediato a resolução de ir à Babilônia, na esperança de ultimar enfim e com sucesso a sua odisséia. Ao chegar ao seu destino, Ísis sentou-se perto de um poço, ostentando um disfarce humilde e brindou os transeuntes que por ela passavam com um rosto lindo e cheio de lágrimas. Tal era a sua belaza e sua triste condição que logo se espalharam boatos que chegaram ao rei da Babilônia, que, intrigado, a chamou para conhecer o motivo de seu desespero. Quando Ísis estava diante do monarca solicitou que permitisse que ela entrelaçasse os seus cabelos. Uma vez que o regente, ficou perplexo pela sua beleza, não se importou com isso , assim Ísis incensou as tranças que espalharam o perfume exalado por seu ástreo corpo. Fazendo a rainha da Babilônia ficar enfeitiçada pelo irresistível aroma que seus cabelos emanavam. Literalmente inebriada por tão doce perfume dos céus, a rainha ordenou então a Ísis que a acompanhasse. Assim, a deusa conseguiu entrar na parte íntima do palácio do rei da Babilônia, e conquistou o privilégio de tornar-se a ama do filho recém-nascido do casal régio, a quem amamentava com o seu dedo. Se apegando à criança, Ísis desejou conceder-lhe a imortalidade, para isso, todas as noites, a queimou, no fogo divino para que as suas partes mortais ardessem no esquecimento. Certa noite, durante o ritual, ela tomou a forma de uma andorinha, a fim de cantar as suas lamentações. Maravilhada, a rainha seguiu a melopéia que escutava, entrando no quarto do filho, onde se deparou com um ritual aparentemente hediondo. De forma a tranqüilizá-la, Ísis revelou-lhe a sua verdadeira identidade, e terminou o ritual, mesmo sabendo que dessa forma estaria a privar o pequeno príncipe da imortalidade que tanto desejava oferecer-lhe. Observando que a rainha a contemplava, Ísis aventurou-se a confidenciar-lhe o incidente que a fez visitar a Babilónia, conquistando assim a confiança e benevolência da rainha, que prontamente lhe cedeu a urna que continha os restos mortais de seu marido. Dominada por uma imensa felicidade, Ísis apressou-se a retirá-la do interior do pilar. Porém, o fez de forma tão brusca, que os escombros atinginram, mortalmente, o pequeno príncipe. Outra versões desta lenda, afirma que a rainha expulsou Ísis, ao ver o ritual, no qual ela retirou a urna do pilar, sem o consentimento dos seus donos. Com a urna, Ísis regressou ao Egito, onde a abriu, ocultando-a, nas margens do Delta. Numa noite, quando Ísis a deixou sem vigilância, Seth descobriu-a e apoderou-se, uma vez mais dela, com o intento de retirar do seu interior o corpo do irmão e cortá-lo em 14 pedaços e os arremessando ao Nilo. Ao tomar conhecimento do ocorrido, Ísis reuniu-se com a sua irmã Néftis, que também não tolerava a conduta de Seth, embora este fosse seu marido, e, juntas, recuperaram todos os fragmentos do cadáver de Osíris, à exceção, segundo Plutarco, escritor grego, do seu sexo, que fora comido por um peixe. Novamente existe uma controvérsia, uma vez que outras fontes egípcias afirmam que todo o corpo foi recuperado. Emseguida, Ísis organizou uma vigília fúnebre, na qual suspirou ao cadáver reconstituído do marido: “Eu sou a tua irmã bem amada. Não te afastes de mim, clamo por ti! Não ouves a minha voz? Venho ao teu encontro e, de ti, nada me separará!” Durante horas, Ísis e Néftis, com o corpo purificado, inteiramente depiladas, com perucas perfumadas e boca purificada por natrão (carbonato de soda), pronunciaram encantamentos numa câmara funerária, impregnada por incenso. A deusa invocou então todos os templos e todas as cidades do país, para que estes se juntassem à sua dor e fizessem a alma de Osíris retornar do Além. Uma vez que todos os seus esforços revelavam-se vãos, Ísis assumiu então a forma de um falcão, cujo esvoaçar restituiu o sopro de vida ao defunto, oferecendo-lhe o apanágio da ressurreição. Ísis em seguida amou Osíris, mantendo o vivo por magia, tempo suficiente para que este a engravidasse. Outras fontes garantem que Osíris e a sua esposa conceberam o seu filho, antes do deus ser assassinado. Após isso ela ajudou a embalsamá-lo, preparando Osíris para a viagem até seu novo reino na terra dos mortos, tendo assim ajudado a criar os rituais egípcios de enterro.
Ao retornar à terra, Ísis encontrava-se agora grávida do filho, concebendo assim Hórus, filho da vida e da morte. a quem protegeria até que este achasse-se capaz de enfrentar o seu tio, apoderando-se (como legítimo herdeiro) do trono que Seth havia usurpado.
Alguns contos declaram que Ísis, algum tempo antes do parto, Seth à aprisionara, mas que Toth, vizir de Osíris, a auxiliara a libertar-se. Porém, muitos concordam que ela ocultou-se, secretamente, no Delta, onde se preparou para o nascimento do filho, o deus- falcão Hórus. Quando este nasceu, Ísis tomou a decisão de dedicar-se inteiramente à árdua incumbência de velar por ele. Todavia, a necessidade de ir procurar alimentos, acabou deixando o pequeno deus sem qualquer proteção. Numa dessas ocasiões, Seth transformou-se numa serpente, visando espalhar o seu veneno pelo corpo de Hórus, quando Ísis regressou encontrou o seu filho já próximo das morte.
Entrewtanto, a sua vida não foi ceifada, devido a um poderoso feitiço executado pelo deus-sol, Ra.
Ela manteve Hórus em segredo até que ele pudesse buscar vingança em uma longa batalha que significou o fim de Set. A mágica de Ísis foi fundamental para ajudar a conseguir um julgamento favorável para Osíris. Suas habilidades mágicas melhoraram muito quando ela tirou proveito da velhice de Rá para enganá-lo, fazendo-o revelar seu nome e, assim, dando a ela acesso a um pouco de seu poder. Com freqüência, ela é retratada amamentando o filho Hórus.
Ísis sob a forma de serpente se ergue na fronte do rei para destruir os inimigos da Luz, e sob a forma da estrela Sótis anuncia e desencadeia as cheias do Nilo.
Foi construidos três templos para Ísis no egito:
Behbeit el-Hagar, no Delta, transformado numa pedreira. Conseqüentemente, Behbeit el-Hagar é na atualidade um local quase literalmente desconhecido dos turistas, pois a grandeza daquele que fora outrora um templo dedicado a uma Ísis resume-se agora a um monte de escombros e blocos de calcário ornados com cenas rituais.
Dendera, no alto Egito, onde Ísis nasceu, existe um santuário de Háthor parcialmente conservado, com um templo coberto e com o mammisi, ou seja, “templo do nascimento de Hórus), assim como com um exíguo santuário, onde a etérea Ísis nasceu, deslumbrando o mundo com sua pele rosada e revolta cabeleira negra.
Filae, ilha-templo de Ísis, que serviu de refúgio à derradeira comunidade iniciática egípcia, mais tarde (séc. VI d. C.) exterminada por cristãos.